Conhecendo o universo do diretor Tarantino

     Costumo dizer que não existem gêneros cinematográficos ruins, existem, na verdade, filmes ruins. O que acontece é que em alguns gêneros há maior incidência de filmes com pouca qualidade ou com elementos impopulares, o que faz com que toda categoria seja considerada ruim. Dito isso, não tenho preconceito com orientação sexual gênero, sempre dou chance para um filme independentemente desse detalhe. Ainda que eu tenha inclinações naturais a não gostar de terror, romance, ação e comédia, se o filme for bom (sou cinéfilo mesquinho, estão lembrados?), assisto numa boa.

        É aí que entram os filmes do Tarantino. São filmes de ação mega violentos e sangrentos, teria de tudo para eu repudiar e passar sono nas cenas de ação (sim, sinto sono em cenas de explosão e afins), contudo são ótimos e eu absolutamente os amo. É uma ultra-violência gostosa.

       Mas o que mais gosto de Tarantino é que ele criou um universo (marvel feelings) para seus filmes, ou melhor, dois universos. Deixe-me explicar. A maioria de seus filmes passam-se em um universo paralelo bem mais violento que o nosso, ou seja, todos os filmes são relacionados, e apesar de não estarem interligados diretamente, às vezes aparecem dicas dessa teoria. Dentro desse universo há outro universo (Inception feelings) que chamo de universo cinematográfico, que é basicamente os filmes que as pessoas do universo paralelo assistem. Assim como nossos filmes e jogos, o universo cinematográfico é bem mais violento que a realidade, sendo, então, uma matança louca.
       Antes de falarem que estou ficando louco, vou exemplificar esses universos. A maneira mais fácil de comprovar que é um universo alternativo é através de "Os bastardos inglórios". O jeito como acaba a segunda guerra mundial no filme é totalmente diferente e mais frenético do que como realmente aconteceu na nossa realidade. Já para comprovar o universo cinematográfico temos "Pulp Fiction". Mia fala que gravou um episódio piloto para uma série que ela era uma agente especialista em facas, e em "Kill Bill" a personagem principal, que é a mesma atriz de Mia, é uma ex-assassina que sua arma é uma... katana.
        De qualquer maneira, os filmes do Quentin são bem pensados, sendo recheados de diálogos interessantes com um bom ritmo até o sensacional clímax. O diretor usa e abusa da narrativa não linear para desenvolver a história. Ao contrário do universo da Marvel, o universo de Tarantino não têm uma sequência de eventos que influencia a história, então, se você for começar a assistir algum filme dele tanto faz a ordem, mas sugiro que comece pelos mais novos ("Bastardos inglórios" e "Django livre"), depois, se curtir, parta para os mais antigos (o clássico "Pulp Fiction" e "Reservoir Dog"). Pronto, agora você não pode falar que filmes de ação não prestam. De nada, tchau.